terça-feira, 22 de maio de 2007

PALAVRAS.

Falas de amor e eu te escuto.
Escuto e calo o que penso, a sós.
A sós... penso eu, como sempre estive.
Como sempre esteve o meu amor por ti.


Falas de amor com as mesmas palavras.
Palavras iguais às de ontem e sempre.
De um tempo passado, vestido de sonhos.
Sonhos solitários que o tempo não vingou.


Tanta vida passou, desde aquele tempo...
Tantos sóis e luas... De presença, o vazio!
No tempo e na ausência perderam-se vidas.
E a vida não perdôa o que não se viveu.


Falas de amor e eu te escuto.
As mesmas palavras, mas o tempo é outro.
Meu amor é o mesmo, mas eu já não o sou.
Falta o brilho do encanto de quem já sonhou.


Gosto das palavras, encanta-me ouví-las.
Mas são tão frias quando, apenas, palavras!
Vazias de gestos, carentes de fé.
Nem só de palavras sobrevive um amor.

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