terça-feira, 2 de novembro de 2010

O VALOR DOS CONTRADITÓRIOS

Todos nós, em algum momento da vida, passamos por situações onde temos a sensação de que o mundo desabou sobre a nossa cabeça. É como se um vento mau houvesse trazido todos os malefícios de uma só vez, de tal maneira que nem sabemos por onde começar. Para alguma coisa deve servir todo esse sofrimento e a resposta está em nós mesmos, na maneira como nos conduzimos nos momentos das dificuldades.

A nossa tendência é desabar sob o peso sofrimento, sentir autopiedade, acreditar-se incapaz de resolver a situação. Certa vez, uma pessoa, em grande sofrimento, perguntou a Chico Xavier: "Por que eu?" Ele lhe respondeu com outra pergunta: "E por que não você?" É verdade! Por que não você? Você conhece alguma pessoa que não sofra? Todo mundo sofre! Então, comece reconhecendo que, neste ponto, você é igual a todo mundo e, portanto, não precisa sofrer exageradamente, apenas por sofrer, para chegar a lugar algum. Tudo isto deve servir para lhe conduzir a algum lugar.

Saiber por onde começar. Racionalize o seu sofrimento, avalie cada situação em separado e encontre nelas o que você está precisando aprender. Sofra com intensidade, mas reconhecendo que está vivendo um daqueles momentos limites no qual você precisa fazer escolhas e assumir atitudes. Escolher e agir pedem mente clara e estado emocional administrado com competência. Momentos limites são marcos que definem a partida para as mudanças necessárias. Afinal, são novos rumos que você está dando à sua vida.

De nada adianta ficar carregando o peso da culpa. Para que serve se sentir culpado? Apenas, para alimentar o sofrimento inútil. E não é com esta finalidade que as coisas acontecem na nossa vida. Compreender que estamos sujeitos à lei da causa e efeito é um passo importante para uma revisão de vida. Volto à sabedoria de pensamento de Chico Xavier: "Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim." O que você precisa é responsabilizar-se pelos atos do passado e, a partir deles, adotar atitudes que garantam um novo começo e façam um novo fim.

Compreenda que a vida é dinâmica, ou seja, que nela se intercalam bons e maus momentos. Alegria e tristeza, erro e acerto, felicidade e dor são contraditórios essenciais para a nossa aprendizagem. Como saberemos, por exemplo, o que é a alegria se não soubermos o que é a tristeza? É uma aprendizagem constante e contínua. Nesse dinamismo da vida é que estão as oportunidades de aprender a acertar cada vez mais e, portanto, sermos mais felizes.

Reavalie o seu sistema de crenças sobre o perfeccionismo. Você conhece alguém perfeito? Ninguém é perfeito. É o que dizemos e escutamos constantemente. Mas, acreditamos nisto? Agimos de acordo com esta crença? Sinceramente, não. Na hora de aceitar, não perdoamos os nossos erros e nem os dos outros. No máximo, dizemos: perdoo mas não esqueço. Você acha que isto é perdão? Comece por você. Perdoe os seus erros e faça desse perdão uma alavanca de aprendizagem. Quando você aprender em si mesmo a completa dimensão do perdão, terá aprendido a perdoar os outros, conhecendo-se e os conhecendo melhor. O perdão opera milagres, principalmente para quem perdoa.

Certa vez, uma amiga me disse uma verdade que me levou a mudar vários conceitos de vida. Ela me disse: "Até para pagar que o seja com alegria". Compreendi que este é o caminho que nos conduz a uma vida mais serena e feliz. Considerando que o destino do ser humano é ser, cada vez mais, melhor e mais feliz, aproveite as oportunidades de aprendizagem que o dinamismo da vida lhe oferece e se alegre. Alegre-se, até mesmo quando o momento for para pagar.

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