quarta-feira, 6 de outubro de 2010

SOLSTÍCIO

Caminhos atapetados
de folhas vermelhas e
amarelas, descobrem
a luz do Outono,
vestindo a cidade de
perfumes inebriantes
e quadros coloridos.

Passeiam-se pessoas
e animais, por entre
as árvores despidas,
e o sol espreita detrás
das nuvens pardas,
ameaçando as chuvas
primeiras da estação.

Como gumes de facas
a invernia rasga os
meus olhos, deitados
num repouso calmo e
aconchegante, nas
águas do rio agitado,
pelas crinas da espuma.

Cavalos loucos lançam-se,
desenfreadamente, no
correr das colinas, nuas
de flores e de ervas rasas,
proporcionando algum
calor aos equídeos, que
aqui nasceram livres.

E, crianças, acariciam o
couro aveludado, dos
pequenitos potros, por
desmamar, sentindo-se
parte integrante da
paisagem recorrente
e inevitável desafogo.

Pétala a pétala as rosas
deixam a nu as suas
corolas, e, as flores,
fecham-se para o frio,
deixando para trás,
jardins abandonados
e recordações afins.

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