segunda-feira, 11 de outubro de 2010

A ASTÚCIA E O ASTUTO

O astuto é auspicioso e atento a tudo o que o rodeia. De uma inteligência acima da média, faz bom uso desse estatuto para conseguir o que quer, ante as outras pessoas. Faz-se de útil para atrair as boas graças dos outros, é bem-disposto e tem um bom cenho, que encanta as gentes, prontas a serem favoráveis à astúcia do interlocutor. O Astuto é sagaz e engenhoso e consegue levar as pessoas ao que pretende delas. De fino trato para com os outros, já está a maquinar uma engenhoca, para seu bom proveito, à custa das outras pessoas. O astuto é bem-parecido e caminha pelo limbo, para causar boa impressão.

A astúcia usa de estratagemas para usufruir o que pretende, ardilosamente e subtilmente. Faz gala de sua esperteza e sorri à socapa, para não ficar mal visto perante os demais, possíveis e futuras presas, do astuto. É manhoso e ardiloso e estuda os costumes dos outros, para atacar na hora certa. Aplicado e respeitoso tem muitos amigos, dos quais tira proveito, sempre que a ocasião se proporciona.
Por tudo isso é bem considerado e nunca comete erros desnecessários, que o ponha em causa. O Astuto pensa no presente e no futuro, com o mesmo instinto qual fora se tratara de um animal, que se passeia pelo recinto de seu território.

Nunca comete erros que o comprometa futuramente, por isso vive o presente com o intuito de vencer as barreiras que se lhe deparam, no momento actual. É aplicado como um bom estudante e tem conversa para dar e vender, que os outros escutam com predilecção e arrebatamento, tratando-o como a um deus. Veste-se bem e com a propósito, nunca sendo exagerado, nem sequer na fragrância que usa, para atrair o sexo oposto. A astúcia maravilha pelo seu conceito, arrebata os outros e dá-lhes prazer a sua companhia, que é sempre bem estudada e aplicada, para conseguir o efeito pretendido.

O astuto é qualidade de pessoa que agrada aos demais, é elegante e gracioso. Não se importa de conceber um favor, pois sabe que vai colher os frutos dessa acção, mais à frente. Benevolente sabe perdoar, sempre com um gracejo na boca, que faz os outros sentirem-se agraciados. Garboso não deixa por isso de cuidar de sua privacidade, que leva muito a sério. Tem um dom natural que usa como meio de salvação ou satisfação própria. Sai sempre airosamente dos casos mais bicudos e exigentes, que faz com que puxe pelos seus galardões, como meio de escape. Goza de um estado de inocência, que os outros lhe auferem, e de isenção de culpa.

A astúcia goza de uma auto percepção fora do comum, nada lhe escapa às suas garras afiadas. Habilidoso o astuto mesmo quando abstraído está a pensar em novas manhas, a serem aplicadas aos mais distraídos e convencidos de uma suposta hierarquia, conjuntamente com ele, que fazem questão de agradar, quando não passam de simples fantoches. O astuto faz sobressair o que de melhor tem cada uma de suas vítimas, dando-lhes a sensação de importância que em realidade não têm nem nunca terão, deixando-os desavisados e descuidados. A astúcia é a mãe de toda a malandragem e de todos os imprevistos.

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