terça-feira, 13 de novembro de 2007

Velhos ásperos não!

Olha lá menino, quando apontas
em versos cantas a velhice feminina,
acredito que não somas tuas contas,
faz tua têmpera jazer em lira tão ferina.

Acusa tempo de vida sim, fadiga não,
mulher velha, ou menina, está latente,
disposta ao prazer de um amor quente,
sempre! cansado deve estar o cinquentão.

Compreendo, desejas envelhecer
sem mais sonhos e quimeras,
não consegues nem mesmo antever,
como Bilac, um conversar com estrelas.

Pena, oferecer ao Mestre em sátira,
o inverso do que o parnasiano dedilhou,
às mulheres-árvores pelas quais
tão delicadamente declamou, lástima...

Aprende Poeta, não sejas amargo,
não sejas áspero, não sejas indelicado,
para que sejas sempre amado!

afinal, as jovens mulheres, benditas,
não têm mais, pela idade, antigos pruridos,
aceitam homens novos e velhos combalidos!

mas é preciso o homem saber reconhecer,
todas exigem delicadeza, atenção e elegância,
o canto de dois sabiás não aceita dissonância!

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