sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Tantos Chaplins!

Ah, minha ribalta!
Chaplin um dia também a descreveu,
Com os mesmos olhos tristes a vejo e
Hoje o Chaplin sou eu!

"Lamentar perdidas as ilusões? "
Inútil !
Parar as lembranças, recordações?
Impossível!

A saudade tem a mesma cara!
Em mim, em tu , em nós...
O vento mensageiro a mesma melodia e voz!

"As luzes aqui também se apagam a sorrir"
Na tristeza igual de cada um ...
Só mudam as histórias e os dramas,
De resto temos algo incomum!

Amizades perdidas...
No tempo que as levou a outras terras!
Pais e mães que se despediram...
Lágrimas de saudade,
Ao eterno céu na eternidade !

"Para que chorar o que passou"?
Pura nostalgia que me infecta?
Foram sempre tão parecidos os Natais...
Para tantas famílias de uma época!

O filho que perdemos eram tão parecidos...
Jovens, alegres e cheios de sonhos!
Momento duro!
A cama que deixaram em dias falidos,
Cuja morte interrompeu o seu futuro...

Nosso avós eram tão parecidos...
Velhinhos grisalhos e bem vividos!
Os tios de todo mundo são iguais...
bonachões e queridos!

"Para que chorar o que passou?"
As nossas professorinhas são todas iguais!
Muda-se a língua, o país, a religião, as cartilhas e métodos...
Elas? Jamais!

A primeira namoradinha?
São tão parecidas!
No primeiro beijo, sempre o mesmo medo...
Ah, com certeza soubéssemos, nós...
Até nossos segredos!

Então por que nos matamos?
Se tão parecidos somos ?
Mandamos jovens a uma triste guerra...
A uma briga que não compramos,
Por interesses outros, pudera!

Religião? Petróleo? Terras?
Racismo ainda existe?
Hão de se apagar as luzes da ribalta e
Quantos Chaplins seguiriam tristes?

Somos tão parecidos!
Mudam apenas nossas histórias e dramas...
A miséria tem a mesma cara pelo mundo,
Igual a de tantas crianças ciganas!

Ah, Chaplin, que tão triste pareceu...
Quantos iguais a ti não olham as luzes da ribalta?
Hoje, entre lágrimas tristes,
Tu, sou eu !

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