sexta-feira, 9 de novembro de 2007

MEDO

Medo das fotografias do passado
Quando comparadas com as imagens
Do presente

Medo do escuro
Elevador
Avião
E dos rostos perdidos na multidão
Comprimidos no vai- e- vem
Das ruas

Medo dos personagens do medo
Criados para obter
Silêncio

Medo de omitir a felicidade
E dar espaço a amargura
Da solidão

Medo do gritar histérico do camelô
Na calçada tentando vender
Sua mercadoria

Medo da infância que retorna
Explicando traumas
Registrados no inconsciente

Medo da morte e da vida
Da juventude e velhice
E das rugas no rosto

Medo do caminho desconhecido
Das pedras das estradas
Do julgamento apressado
Na condenação injusta
Que condena a ilusão
Mas que permite ser vivida
A vida

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