domingo, 4 de novembro de 2007

HÁ COISAS

Há coisas, que só aos poetas pertencem:

o silêncio sepulcral da noite e os barulhinhos diários
que contam milhares de histórias de vida

a solidão da lua no alto céu de outono
cravejado de estrelas cintilantes
e o brilho derramado nas calçadas
pelo astro-rei em tardes quentes de verão

Também são deles as gigantescas vagas do oceano
em dia de inverno, tempestuoso
e o doce correr de águas doces e serenas
de riozinho em município interiorano.

Há coisas, que só aos poetas pertencem:

a pena, que é injeção de amor nas veias,
o papel, palco vazio a ser tomado por figuras
personagens no teatro da existência

Aos poetas pertencem: o cálice da dor e da saudade,
sangue corrente pelas veias da paixão...
e o pão em forma de desejos saciados
em oferendas nos altares da ilusão.

Há coisas que só aos poetas pertencem
e que ninguém "de fora" pode compreender...

... as letras que se tornam versos livres,
causa e efeito deste ofício
de es(crê)ver.

Sem comentários: