quarta-feira, 2 de maio de 2007

TANTAS VEZES O AMOR BATE-ME À PORTA

O amor bateu-me à porta tantas vezes,
de formas tão interessantes: descuidado,
ou como pedras preciosas! Muitas variantes!
Sou grata a Deus por todos estes instantes...

Certa vez veio e se instalou como infante,
meus carinhos maternos desabrocharam
e nunca mais me largaram..
Noutra vez, chegou sensual, dilacerante...

Fez-me feliz, mas, machuquei-me profundamente!
Ao partir...chorei fel, sangue, achei
que as dores findar-se-iam ao voarem como pássaros...

Porém o amor está sempre a recomeçar,
chega de manso, estonteante...
quando menos espero, embrulha-se em mim...

II

Vez em quando, peço um tempo!
Descanso dos contratempos do amar,
escrevo poesias, planto jardins,
reclamo com o síndico que as obras não podem parar...

É o tempo que Ele está me dando, para novas investidas!
Já conheço seu astral: encantar-me com as velas ao longe,
boiando placidamente no lago Paranoá...
A paineira derramando suas flores sobre a grama,

enchendo meus olhos de verde-e-rosa,
como minha linda Mangueira...
E o estardalhaço das maritacas

passando em bando sobre meu telhado...
Esta a melhor forma do Amor:
encantar-me cumplicemente! Sem maus tratos!

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