Por detrás destas mãos houve vontade
Hoje sem ela não têm expressão
Que lhes dê corpo e gesto de verdade
Pois sem vontade não há emoção
Estas mãos que aqui vês são só matéria
Sem nervos e sem força ou movimento
São as extremidades da miséria
Desta alma que as manda sem alento
Daí que as minhas mãos hoje não sejam
Mais do que úteis amparos deste corpo
que oram juntas enquanto o fim almejam
E quando enfim cruzadas sobre o peito
Me acompanharem no sono derradeiro
Que eu encontre o perdão nesse meu jeito
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