domingo, 6 de maio de 2007

Adeus aos Temporais

Sentei na sarjeta, arriei minha bandeira ao chão esperando nova motivação.
Braços cansados, pés esfolados, alma peregrina.
E mesmo assim eu canto tentando me enganar, e enganar a todos que força ainda eu tenho para doar.
Cantando, me coloco na sarjeta a descansar este corpo esquelético de tanto buscar talvez o que nunca venha a alcançar.
Repouso minhas esperanças ao chão desta estrada sem sinalização
Me falam de provas de vida, de escolhas.
Rejeito, não aceito, me recuso a admitir que vim apenas para existir
Me recuso no mais alto grito no eco do infinito a ser infeliz, a caminhar sobre trilhas que apenas me arranhem os pés.
Quero estrada delicada, encantada onde o poeta sonha descansar o peso da vida.
Quero acabar com as feridas, quero mãos para me sustentar, caso contrário quero voltar para o infinito sem ter medo de ter partido e recomeçar ,onde por mais que tenha escolhido estas provas driblar, hoje as rejeito neste caminhar, afinal tenho o direito de errar.
Quero mudar, desistir, ou investir na crença deste mundo louco vivendo um pouco .
Sei lá...Só quero me encontrar aqui ou acolá.
Chuto o balde pé na estrada, não quero ser responsável por mais nada.
Que me coma a vida do jeito que quiser, de mulher já não sobrou mais nada apenas o cansaço de ser viajante, errante
Provas?
Nenhuma mais...
Ancorei meu navio no cais que já viajou demais em águas revoltas.
Que me venha a terra firme, chega de vendavais
Que me venha a vida, ou que me leve a morte em paz
Demente?
Que me julgue os mortais
Adeus aos temporais...

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