sábado, 10 de abril de 2010

Toque do parceiro faz bem ao coração

Que a pessoa amada faz bem à alma, todo mundo sabe.
A novidade é que o toque e a presença do parceiro são benéficos ao organismo. Foi o que mostrou uma pesquisa realizada na Universidade da Carolina do Norte (EUA). Estudiosos brasileiros reforçam a tese, defendem o toque físico e dizem que um abraço pode melhorar a auto-estima, diminuir a timidez e a ansiedade e tornar mais viáveis aqueles dias em que a vida parece não estar tão bem.

Os cientistas norte-americanos reuniram 50 casais e 85 adultos desacompanhados, que foram orientados a recordar situações de medo e irritação. Antes, os casais passaram dez minutos de mãos dadas enquanto assistiam a um vídeo, e depois se abraçaram por mais 20 segundos.
O resultado mostrou que os sozinhos registraram aumento de pressão arterial e de batimentos cardíacos mais considerável do que os casais.

Segundo o psicopedagogo Carlos França, da Universidade de Campinas (Unicamp), assim como o toque físico agressivo causa alterações no organismo, como a liberação de grande dose de adrenalina e taquicardia, a carícia afetiva opera da mesma forma.
A diferença é que são reações orgânicas benéficas, como descontração muscular, respiração calma e vaso-dilatação. "Por isso, os casais não apresentaram o aumento de batimentos cardíacos, conforme revelou a pesquisa.
O carinho traz enormes benefícios ao organismo humano", explica França.

Ele acrescenta que o toque físico afetivo não é apenas agradável, mas necessário ao ser humano em função da troca de energia que ele proporciona.
"Nós irradiamos um campo energético que, no caso dos contatos afetivos, se interpenetram e geram bem-estar àqueles que se tratam de maneira agradável, carinhosa, cooperativa", completa.

Seguindo o raciocínio, se um simples toque tem esse grande poder, imagine o que um abraço não pode fazer.
Segundo psiquiatra norte-americana Kathleen Keating, autora do livro A terapia do Abraço (Editora Pensamento), o contato corporal promove mudanças fisiológicas consideráveis tanto no "abraçante" quanto no "abraçado".

O contato corporal também produz endorfinas, tais como a dopanina e a serotonina. Distribuídos na corrente sangüínea, esses neurotransmissores causam sensação de bem-estar e felicidade, combatendo a insônia e o desconforto causado pela carência afetiva.
E essa troca de afeto não envolve, necessariamente, apelo sexual. Abraços servem para demonstrar amizade, solidariedade, alegria do encontro, comemoração e vários outros.

Se é tão bom, qual o porquê de tamanha resistência ao aconchego, sobretudo entre os casais? Para França, as relações desgastadas são caracterizadas pela ausência do contato entre os corpos, pois almas que não se atraem mais, não desejam o contato físico.
"Por outro lado, é possível recuperar o toque, principalmente o abraço, como forma de dar um novo sentido à relação", considera.

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