Envelhecer é nutrir-se, não importa a idade,
de sentimentos, de emoções, de sensações
e de prazeres.
É explodir em e de vida.
Envelhecer sem importar-se muito com tantos dogmas
e sem a sombra de tantas falsas verdades.
De tantos estereótipos e preconceitos.
Sim, envelhecer é ter fé em um único Deus
com a genética que ele nos deu.
Com esperança e uma certa paciência divina
que sustenta o espírito e que transforma o nosso corpo
e a nossa alma num ser humano feliz.
Ao mesmo tempo sendo um guerreiro e um aprendiz.
Sim, só sabe envelhecer aquele que está
ao lado de quem gosta e de quem ama.
Sem importar-se tanto com o tempo que passa.
Envelhecendo com o gosto e a essência
das coisas boas da vida.
Com a pele curtida e bronzeada pelo sol e pela lua.
E com um sorriso largo
num rosto amável e afável.
Com ou sem lágrimas banhando os olhos.
Envelhecendo como der e como for possível
e não como se deseja e quer.
Sem pensar que isso é o fim do mundo.
Pois a idade não mente.
Sim, envelhecer não é tão doloroso assim.
E se para alguns, é o fim do mundo,
eu me pergunto:
“ o mundo terá mesmo um fim? ”
Envelhecer é ganhar do tempo o tempo exato
e lapidado para saber aproveitar, compartilhar
e multiplicar todas as belezas e as obras
das quais participamos e compartilhamos.
Envelhecer é fazer de uma feijoada, de um churrasco
ou de qualquer outro prato
a festa da segunda e a do domingo.
Envelhecer é comer pela manhã e,
se e quando possível, exercitar o corpo à tarde,
para relaxar ao anoitecer.
É ir ao shopping, a praia e bater perna até a esquina.
É, se gosta, saber conversar a dois.
Ou ir a um cinema, a um show ou um teatro.
É conquistar e estar perto do que temos direito.
É ser livre.
É valorizar as nossas células e o sangue
que transita em nossas veias.
É saber controlar o colaste, os triglicerídeos,
a diabetes e a pressão alta.
Mesmo que a base de medicamentos.
É ver a beleza mágica dos pássaros,
dezenas de vezes por ano,
sobrevoando o céu.
Sim, envelhecer é dar a quem queremos,
gostamos e amamos,
o colo, o ombro e o abraço.
O beijo apaixonado na face do ser querido.
Pois saber envelhecer é dispor de carinho
para dar e receber.
Se possível controlando a mente
com uma vontade férrea de existir.
Mãos e pernas firmes mesmo que fragilizadas
pela idade.
Sabendo que um dia menos triste,
espanta qualquer mal humor,
que apareça no dia seguinte.
Sim, envelhecer é saber apreciar as árvores.
É ver os jardins e as flores coloridas.
Os rios, lagos e a paisagem além do horizonte.
É respeitar cada tempo e cada fase de tristeza
e de felicidade.
É gostar-se e amar-se como se gosta
e se ama os amigos e os entes queridos.
Sim, envelhecer é cantar, dançar
e acreditar na própria sabedoria de viver
como algo que anima,
e possui ritmo e melodia.
É experimentar prazeres e galgar descobertas.
É brindar a tecnologia
sem endeusá-la como maravilha suprema.
Não esquecendo que o sexo, em qualquer idade,
deve ser sempre desejado e praticado.
Sim, envelheçamos sem tantos limites,
regras e sistemas tão pré-definidos.
Com ou sem rugas.
Com ou sem cabelos brancos.
Mais repletos de paz e de alegrias.
Pois afinal as doenças nunca escolhem
o dia mais certo ou o mais errado para chegar.
Nem mesmo batem a nossa porta
como nossa convidada.
E quando falarem, para você, que doença
é coisa de velho, pense e reflita,
será que é isso mesmo?
Mas, se pensa isso, cuidado com essa falsa crença.
Pois, no envelhecer, importa muito pouco
os rótulos e as embalagens.
E importa muito mais a qualidade e a garantia de vida.
Sabendo que o controle da mente,
a vontade de existir, mãos e pernas firmes,
mesmo que trêmulas e inseguras,
e um dia mais alegre e feliz
espantam qualquer doença.
E livram-nos da maca, do convênio e da emergência.
Por termos, acima de tudo, motivação,
perseverança e determinação.
E muito amor e muita paixão.
Para melhor viver.
Assim, amigos, aproveitemos: saibamos envelhecer!
Envelheçamos, sem crises nem tanto estresse.
Cientes que a sabedoria da vida não se aprende
nos livros nem nas cartilhas.
E que ela está em nossas mãos!
Portanto, lembrem-se quero vê-los na casa dos 90.
Vivendo como se tivessem 30, 40, 50, 60...
Afinal, em nosso mundo, o possível realizamos, hoje,
e o impossível tentaremos fazê-lo, amanhã!
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