sexta-feira, 23 de abril de 2010

Perdão ou Paz Temporária?

Muitas pessoas se enganam e pensam mesmo que se encontram num plano superior, mais alto que seu ofensor: "Eu sou humilde, caridoso e tenho a capacidade de perdoar!!!" O nosso perdão é um verdadeiro ato de humildade ou meramente um gesto manipulativo para demonstrar nossa superioridade? Pergunta que deveríamos nos fazer toda vez que dizemos para alguém: eu te perdôo, ou mesmo quando "damos uma trégua" em algum conflito.

Muitas vezes, ao tomarmos a rápida atitude de perdoar, não pensamos se estamos sendo honestos conosco mesmos e com o outro, e perdemos uma oportunidade verdadeira de curar as mágoas geradas nos dois lados. A pior coisa que pode acontecer em qualquer relacionamento é oferecer o perdão rápido demais! Ele pode até preservar uma relação, mas inibe o envolvimento e qualquer laço maior de intimidade.

Perdoar não custa nada e evita muitos rompimentos, porém, será que este tipo de perdão é realmente saudável para nós? Ele só nos oferece "momentos de paz", uma paz superficial, pois não permite que aprendamos as verdadeiras lições geradas em um confronto.

A paz temporária só faz aumentar o desconforto interior e solidifica uma forma errada de relacionamento. Intensifica a distância, o silêncio, e a mágoa. Ficamos com a dor e a tristeza incubadas no coração aumentando nossas chances de nos machucar novamente (energia que atrai), não resolvemos nossa dor, mas, sim, a negamos.

Só alcançamos a graça de perdoar diminuindo a raiva, a hostilidade existentes dentro de nós.

Como identificar se realmente perdoamos? Se na sua mente você formula a frase: eu perdoei, mas... nunca mais vai ser a mesma coisa! Significa que seu coração ainda está cheio de ressentimento e, mesmo que não exista o amor verdadeiro, então, a melhor saída é assumir sua dor e tentar resolvê-la, expressando-se de maneira adequada sobre o assunto, sem omitir sua contrariedade somente para ter um pouco de paz, porque ela será ilusória e desonesta.

Podemos ainda, perdoar, mas, fazer uma escolha que não inclua mais o outro em nossas vidas, porém, só teremos certeza que não ficou nenhum ressentimento se em nossos pensamentos não insistirem as más lemnbranças, pois o perdão não elimina um fato ou alguém e nem os retiram da história. Perdão não é a mesma coisa que esquecimento, mas precisa marcar um período de renovação, onde não há lugar para mágoas.

Quando nos esforçamos para reparar um erro, motivamos o outro a se libertar de seu ressentimento e fazemos um convite a ele para que entre novamente em nossa vida. Para que isso aconteça é necessário que exista reconhecimento da responsabilidade de ambas as partes.

Perdoar é aprender a não se importar com as maldades que são enviadas a nós. Com o coração amoroso e preenchido de compaixão, não damos lugar à tristeza e direcionamos nosso amor àqueles que estão precisando. Direcionamos nossa energia de maneira adequada e saudável para todos: quem perdoa pratica a honestidade e a verdadeira humildade e quem é perdoado pode sentir-se digno de uma demonstração de amor verdadeiro.

Mestre El Morya diz: Dou-vos estas linhas para que pudésseis recitar um mantra de perdão em qualquer lugar, cientes de que, o perdão é a chave para o contato com a porta aberta de Vosso Cristo pessoal:

"Eu Sou o perdão aqui atuando, dúvidas e medos expulsando, com asas de cósmica vitória, os homens para sempre libertando.

Com pleno poder, invoco agora o perdão a toda hora; toda vida sem exceção, envolvo com a graça do perdão.

A primeira frase é para nosso perdão pessoal, pois, só assim podemos perdoar os outros".

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