quinta-feira, 8 de abril de 2010

Os Eternos Aprendizes

Sabemos todos ser muito complicado o momento que estamos atravessando.
Especialmente para os que vivem -e são a maioria-, nas grandes cidades do
planeta. O trabalho, mais e mais competitivo, geralmente pouco criativo e
estressante, o trânsito caótico e perigoso, a poluição do ar, as profundas
mudanças climáticas que provocam constantes transtornos e alagamentos, a
sombra do medo, da violência, cada vez mais presente e por vezes
inexplicável, o ânimo para dedicar ainda parte do dia para a família... e
temos tantos apelos consumistas, chamadas insinuantes de marqueteiros
astutos que muitas vezes viram prioridade...

Creio que a maioria, sem exceção, tenha consideráveis dificuldades em
conseguir achar, diariamente, uma energia e um tempinho para dialogar com
sua Alma, para voltar ao seu centro, para reconectar-se com a Fonte, com a
origem de tudo, com a beleza, a harmonia, a paz e tudo aquilo que nos une,
conforta e alivia nossa s dores e tristezas. No entanto, esta parada para
olhar para dentro é cada vez mais indispensável e sagrada. Depende somente
de nossa vontade priorizar aquilo que de fato é importante e deixar em
segundo plano o que é ilusão, hipnose coletiva que as trevas -cuja presença
é constante e perturbadora-, nos impingem sem trégua, sem sossego. Milhões
de pessoas se dispõem a pagar por eliminar concorrentes nas intermináveis
edições dos BBBs, que ocupam hoje enorme espaço em todos os meios de
comunicação, principalmente nas TVs, que apresentam, em sua maioria,
programações cada vez mais chulas, violentas e superficiais, quando não
exibem massificante conteúdo religioso... e isso vale também para o futebol,
mais violento, dentro e fora do campo, mercantilizado e medíocre, suculento
prato do dia das segundas-feiras nos escritórios e ambientes de trabalho de
todo o país.

Quanta energia desperdiçada, simplesmente jogada fora.
É como se, em nossa busca, em nossa caminh ada, fôssemos permanentemente
distraídos, desviados de nosso foco, de nosso rumo, por subterfúgios e
artifícios que, espalhados por todo lado, acabam prevalecendo, mesmo sem
representar absolutamente nada de válido, algo que acrescente, que gere
situações de conforto, alegria, ou de felicidade real.
Eu mesmo, que vivo o autoconhecimento em profundidade, encontro-me por
vezes, quando a energia baixa por alguma razão, enredado nesta trama muito
bem urdida que nos sabota onde quer que estejamos.

Chegou o tempo da transformação profunda, permanente.

Orai e vigiai... lembram deste precioso conselho? Dica preciosa para um bom
começo... Será que somos conscientes de nossa divindade, de nosso poder, de
nossa real capacidade? Que tipo de trabalho exercemos? Vale realmente a
pena, é algo que acrescenta, ou é obsoleto, fora de sintonia e de ética,
cansativo, repetitivo, longe de casa, num ambiente pesado onde é
praticamente impossível falar de amor incondicional ou de meditação?
Será que o medo de não conseguir sobreviver (ainda!!!) se apoderou de nossa
mente e aprisionou nossos sonhos?

É necessário saber o que viemos fazer aqui.
A grande maioria dos leitores que nos acompanha nos boletins sabe (a
repetição é parte do processo) que não estamos aqui a passeio e sim para
crescer, expandir a consciência, limpar nosso fardo e ainda por cima cumprir
uma missão específica... Está ciente de que já recebemos -ao nascer-, todas
as características de personalidade e ferramentas necessárias para o que for
preciso, inclusive a coragem, a perseverança, a determinação...
Será que até os deuses (que somos) podem se portar ainda tal qual sonâmbulo
ou desmemoriado? Não pode ser mais desta forma! Se todavia estivermos assim
é preciso sairmos logo dessa alienação, indiferença e ilusão!

É bom evoluir também em nossos relacionamentos.
Temos necessidade de alguém sempre por perto, que nos ame... que nos faça
feliz?
Com certeza, muitos casais vivem felizes, de forma inteligente, respeitosa,
amorosa... porém, não são a maioria e, infelizmente, conheço poucos que se
encaixam neste perfil. A maioria talvez tenha que resolver de uma vez por
todas algo do passado, de outras vidas, e esse relacionamento, ainda que
conflituoso, poderá permitir este resgate. No entanto, poucas pessoas hoje
têm condição de prescindir de outrem; raras são as que conseguem ser
definitivamente sua própria companhia, encontrando nas maravilhas da vida,
nos reinos da natureza, no sol, no calor ou no frio, na chuva, nas cores,
nos cheiros, no vento, as palavras celestiais de quem a tudo e a todos
criou, que amparam e nos sustentam, provendo abundância e amor infinitos.

Os que "se bastam" na verdade não são solitários, coitadinhos abandonados
pelo mundo afora... creio se trate de seres que já sabem como é a vida de
verdade, indivíduos livres de crenças, de condicionamentos de qualquer espéc
ie.
Sua fé é produto de experiência direta, profunda, essencial. Sua conexão com
o deus interior é lúcida, simples e, mesmo que silenciosa, sobrepõe-se aos
ruídos intensos do mundo exterior, permanecendo íntegra em seus valores,
baseados nas eternas leis naturais. Muitos vivenciam a Unidade e estão
sepultando, dia após dia, a separação, o preconceito, o desamor, o medo.
Sabem que são seres imortais, que absolutamente nada poderá destruí-los,
muito menos aquilo que chamamos de morte, uma passagem simples para os
planos sutis, cada vez mais perto da Terra Pura, daquela Luz imanente que
palavra nenhuma consegue descrever.

Percebo, além de procurar manter uma permanente conexão com a Luz, o quanto
é importante nos protegermos das influências nocivas que estão por toda
parte, em todos os meios de comunicação, entretenimento e em muitos seres
humanos que consomem, drenam nossas energias, de dia e até durante o sono.
Precisamos cuidar dos pensamentos... que sejam somente os nossos e não obra
de fatores externos ou de outros seres que vivem à custa dos incautos, dos
que vibram de forma dissonante, distorcida e os atraem, sendo seduzidos e
dominados com facilidade.

Podemos colocar a espiritualidade e o amor incondicional em tudo que
fazemos... e a cada instante... puxar de nosso interior as forças motrizes
da vida digna, correta, amorosa e compassiva... é válido dar com afinco
nossa única e esperada contribuição ao Universo, retribuindo o que dele
recebemos e que por algum motivo não chegamos ainda a utilizar...
Precisamos expandir nossa mente buscando com maestria como aprimorar seu
funcionamento, sua incrível capacidade de co-criar neste plano da matéria...
buscar mais e mais conhecimento sobre o Grande Mistério da existência...
compartilhar sem medo de críticas nossas experiências de vida, relatar os
pontos mais importantes de nossa caminhada...
Vamos, enfim, agradecer do fundo de nosso coração por tudo que nos foi
concedido até agora e passar a perceber cada vez mais a voz, a sinfonia de
Luz que nossa Alma emana sem parar... permanecendo teimosamente curiosos e
aprendizes como o são as crianças... lembrando aqui a bela frase do Mestre:
Vinde a mim as criancinhas, porque o Reino de Deus é daqueles que se parecem
com elas.

Vamos nos juntar, formar uma permanente egrégora emanando uma corrente
energética que nos una, que nos proteja, que nos permita contar uns com os
outros. E quando por acaso V. se encontrar com desânimo, em dificuldade, sem
energia, feche os olhos, respire profundamente e imagine a brilhante e
amorosa Luz do grupo sendo irradiada para o seu coração, envolvendo todo o
seu ser numa vibração de bem-aventurança, de cura, de Unidade com o Todo.

Somos um só. Eu sou o outro Você


Sejamos a Paz!

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