quarta-feira, 7 de abril de 2010

EPITÁFIO

Entalho meu nome na pedra branca
escrevo a letras e pó o que lá vou pôr
porque aqui o que vier a ficar gravado
há-de ser para toda a eternidade.

Amei como um louco, sofri como um
desgraçado, mas descobri que até na
desgraça, o pobre dos mais pobres,
ama loucamente a vida e o que ela dá.

E se faço não digo que faço e se dou
não digo que dou que de mim apenas
verão os jardins mais belos mas onde
for eu a sós serei só a erva que medra.

Assim quero que me vejam: aquele
que amou o Homem e a Natureza
acima de tudo e nem nunca precisou
de se ajoelhar perante qualquer anjo.

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