terça-feira, 13 de abril de 2010

CASA DE BONECAS

Minha "casa de bonecas",
onde impero, soberana,
abriga também, teimosa,
uma solidão tirana...

Mas eu dela faço pouco,
tenho mais o que fazer,
e só dela me aproximo
ao meu coração doer...

Aí, preciso silêncio,
que ela me dá de sobra,
prá refletir decisões
e colocar mãos à obra...

Deles crio a poesia,
ponho cor, em meu viver,
desperto em mim o perfume
de quem não posso esquecer...

Minha "casa de bonecas"
é só sonho, uma ilusão...
Não entra Sol, dentro dela,
nem flores, em profusão...

De lar, só tenho lembranças,
quentes, doces, dolorosas,
de quando ainda tinha alguém,
que me cobria de rosas...

Suas cortinas cerradas,
são iguais à minha vida:
restringem lá fora o Sol,
dentro, lágrimas doídas...

Mas mesmo de asas quebradas,
transponho esse mausoléu...
Quando sonho, em poesias,
meus vôos leves, no céu...

Passeio pela amplidão
do espaço azul, infinito,
dançando nas nuvens brancas...
É quando sinto, que existo...

Se o corpo está prisioneiro,
a alma vive em Liberdade...
Passarão, esses "momentos",
ficarão minhas verdades!

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