terça-feira, 13 de novembro de 2007

O POEMA

Quem escreve não sou eu
As mãos nada podem criar
Tudo esta pronto
Ouço uma música no ar
Fico paralizado
As palavras surgem no coração
Os versos traduzem o amor

Apenas colho e copio
O que canta dentro da cabeça
O que vejo pousado numa flor
O que encontro numa planta
O que me diz uma pedra
O que transmite o movimento da multidão
O desenho de uma nuvem

Quem escreve não sou eu
As mãos nada podem criar
Tudo esta pronto
A perfeição vem da natureza
Assim como a sua beleza
Que a cor de um baton
Apenas pode realçar

Apenas colho e copio
Faço uns acertos
Deixo uns espaços
Ajeito algumas rimas
Troco as linhas de lugar
Liberdade poética talvez
Ou atualização da tradução

Quem escreve não sou eu
As mãos nada podem criar
Tudo esta pronto
Somos escravos do Gênesis
Servimos a evolução dos seres de carbono
Reproduzimos a semente
Enquanto as portas do céu se abrem

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