Naufrago nas ondas de uma solidão cortante, mar bravio,
nas escuras marés reflete um luar frio, estiagem do meu eu,
nesse vai e vem do vazio que ora devora todo o meu brio
e à deriva nessas águas salinas, vou ao encontro do seu eu.
Se as marés vazantes deixassem na praia tudo o que perdi,
talves houvesse um tempo para que eu pudesse me redimir.
Mas, as marés so deixam restos, e me condenam mais e mais,
não sou digna de nada, sequer tenho mais o direito de insitir.
Vivo então remexendo nos restos deixados pelas marés,
garimpando em minha solidão os pedaços do que me resta,
sob a luz da lua crescente, onde cresce minha dor empresto
aos restos do que pesco nesse mar, o que restou do meu amor.
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