Era meia noite...
No entanto, chovia...
Sob a apagada luz de um farol,
um cego lia um papel em branco,
que nada dizia...
Um cão miava ao longe,
acompanhando o cacarejar de um gato vadio...
Seguindo a manada de pardais,
tropecei com o cardume de bois,
e fiquei nos ais e nos ois...
E, sentado, ao deitar-me de pé em meu leito,
senti doer o calo em meu peito,
e, fechando os olhos,
vi um surdo-mudo se aproximar recuando,
e dizer calando em baixos brados:
"Devolva-me o que nunca te emprestei"...
Recolhi-me ao espaço,
sentindo uma cólica no braço...
E não me preocupo nem pouco,
se me achas louco...
Por estar em sana idade,
não posso sofrer de insanidade...
Assumo-a, e sumo com ela...
Extraio-lhe o sumo, e se há sumo, assumo...
porquanto sumo... E por quanto tempo será?
Portanto, é isso aí...
Sem comentários:
Enviar um comentário