quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Viajante

Caminho sozinho a estrada do meu sol,
minha sede ainda é de vida,
o ouro deixei nas algibeiras,
as mãos estendidas pedem por segurança.


Ouço uma voz além do meu ouvido,
as palavras são mal balbuciadas,
parecia uma festa e eu sem convite,
só uma lembrança dela me acompanhava.


Troquei alguns beijos por um pouco de sal,
a luz dos olhos por um abandono espontâneo,
não me encontrei nas águas do mar,
meu mundo estava nu, meus sonhos perdidos.


Dizem que o amor para quando se ama demais,
ainda era amanhecer e já me sentia noite,
a paixão parecia ir e vir diariamente,
na minha alma um grande branco vazio tortura.


Minha pele queima ao lembrar seu corpo,
o sangue desce e sobe as veias como corredeiras,
sinto todas as ereções possíveis,
selvagem, retorno do meio do caminho.


Faço a curva e entro na estrada do desejo,
caminho suas margens traçando preliminares,
forço entradas provocando-a por segundos,
seu sexo úmido aquece rápido seu líquido.


Eufórico lembro-me do primeiro ao último beijo,
o prazer natural que nos êxtases encontramos,
um amor que nos faz viajar sol e lua,
até ao gozo que te banho oferecendo juras.

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