domingo, 31 de maio de 2009

Onde ficamos depois

Onde ficaram as flores,

a parede de tijolos colorida de amarelo?

O susto da paixão que trouxe,

o que não dissemos, e fomos embora.





Cadê as estrelas que colei no céu,

a boca do beijo que dei,

a roupa arrancada e jogada no meu chão,

os braços abertos a me receber,

bem junto, bem dentro, como sempre fomos.





Soltei as mãos do parapeito e me atirei,

esperando do seu corpo um nu que me atropela,

o calor ansioso que me dá sua língua,

enquanto os olhos vão rondando a pele na espera.





Em casa, a que nunca foi minha,

fui sonho meu e seu, você era pra toda vida,

recostado nas paredes ainda caiada de amarelo,

fizemos amor, um pouco sem vergonha,

sem medo de sofrer depois do prazer.





Deixei meu imaginário te querer depois de hoje,

não vai doer se sonhar mais uma ou outra noite,

faz de conta que ainda somos um e muitos,

como as estrelas que colei naquele céu que trouxe.

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