Carrego a solidão do mundo,
na alma suja e empoeirada
No peito guardo páginas rasgadas,
tingidas com gotas de sangue
Choro lágrimas carbonizadas,
pelas estrábicas curvas da vida.
Pelas coxias da solidão ferida,
escondo a fria anatomia da dor
Trago no rosto, a flor do desgosto,
das verdes primaveras perdidas
Pelas prostituídas esquinas do vento
deito a alma na cama do sofrimento
Guardo na boca cor de carmim,
a hipocrisia do sorriso de marfim,
que morre aqui dentro de mim
por não poder beber o vinho da alegria
Sinto a tristeza do pobre menino,
que segue pelas ruas sorrindo
anestesiado de fome,cheira cola brincando e fingindo que é feliz
Sofro com a ausência dos sonhos,
destes pobres seres vagabundos,
que pelas sujas esquinas do mundo,
buscam o agasalho do manto do amor
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