sexta-feira, 7 de maio de 2010

Mães são Tecelãs

Chegando ao topo dos Anos Dourados, com o olhar da imaginação, recordo tantas mulheres e mães que, de muitas formas e em diferentes momentos, marcam presença tecendo a malha dos anos da nossa vida.

Mães são tecelãs apaixonadas que se entrelaçam e acolhem em seu corpo, mente e coração, a vida que se aninha e se engendra.

Com fios de luz e seiva fecunda elas tecem o corpo do seu bebê, em noites cheias de sonhos e temores, madrugadas insones, em dias de múltiplos desejos e planos.


Tecelãs dedicadas e persistentes, em preces e canções de ninar e mesmo lágrimas silenciosas, com cuidados e agrados, tecem confiança, oferecendo o senso de bondade a seus filhos. Vestem o corpo e a imaginação dos pequenos, enquanto colocam babados e laços para dar um toque extra de conforto e graciosidade.

Mães são eternas professoras e tecelãs do saber, da curiosidade, do riso, da vontade de descobrir, de construir e de aprender. São hábeis criadoras de fantasias, de bonecas e tapetes mágicos, para a imaginação dos pequenos. Também acarinham os cabelos, acalmam, tecem cachos e tranças.

Mães são exímias tecelãs e, quando preciso, reatam e apertam nós de afetos, juntam as tramas rebeldes e acreditam na sua arte.

Crêem tanto que não levam tão a sério a esquisitice de seus filhos adolescentes que, em certas ocasiões, decidem andar às avessas. Elas bem sabem que eles têm o lado belo da vida, que é o mais importante.

As mães continuam tecendo a vida com fios coloridos e naturais, de branco silêncio, rósea ternura, verde esperança, azuladas preces.

Tecem igualmente com fios amargos e rudes, descoloridos pelas decepções, pelo cansaço, suor e terra.

São tantas as mães e tão diferentes, todas belas a seu modo e crentes!

Crêem no milagre da vida, na possibilidade da primavera que, de certa forma, também dependem delas.

Mães tecem com o coração nas mãos, sempre prontas para acariciar, afagar, perdoar, esperar e, em prece, aconchegar outras mãos nas suas.

São tecelãs que se inspiram na mais santa das mães - Maria, a Mãe do Divino Mestre - para tecer vestes de seus rebentos.

Essas prendadas tecelãs têm um pouco de Deus, um pouco de anjos e um pouco de fadas ao tecer alento e encantamento que nos dão a segurança de serem colo seguro e ombro amigo, que nos permitem fazer beicinho, buscar carinho e alimento para tudo de que precisamos na vida.

Mães são tecelãs longamente testadas. Por isso, entendem de fios e desafios, de nós, de laços e fitas, de alma que silencia ou que grita.

Mães são tecelãs de bandeiras de paz e são promessas de arco-íris que abraçam todas as cores, todas as nuances de amores, sonhos desfeitos, amizades refeitas.

Mães são tecelãs de toalhas dupla-face, naturais e aveludadas, para os mais frágeis, os que se banham, para os que se refazem das quedas e tropeços nos caminhos da vida.

São tecelãs incansáveis de túnicas e mantos que acolhem, abrigam e protegem, de pulôveres e mantas que abraçam e aquecem nosso corpo e, muito mais, o nosso coração, que busca espaço de aconchego e segredo.

Mães tecem ninhos repletos de esperança e alegria.

Mães tecem espaços de aconchego e sossego para um soninho.

Mães tecem pavios escondidos para acender a chama da fé.

Mães são tecelãs de mãos ágeis e ternas, extensões do coração materno de Deus, que se tornam perenes, entregando novelos e retalhos para que outras pessoas, outras mulheres continuem a sua arte.

Benditas mães! Benditos filhos, frutos tecidos de amor!

Benditas tecelãs da vida, cúmplices do Criador!

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