segunda-feira, 31 de maio de 2010

Guardei de ti

Guardei alguns restos de ti
debaixo de um pouco de sonho,
deixei exposto meu destino, minha vida,
siga as marcas do meu corpo,
tenho um músculo endurecido no peito
e um caminho apagado pelo tempo.


Guardei de ti um pouco de saudade,
uma promessa mal pronunciada,
de tristes, muitas noites,
restos de sonhos que se perderam,
sem saída, fechei as portas do tempo,
assisti desbotar os desenhos de felicidade.


Guardei de ti poucas lembranças,
bilhetes que colei no espelho,
algumas roupas impregnadas de perfume,
uma oração que por ti pedia proteção,
o gosto daquele último beijo,
o som da porta batendo misturado ao adeus.


Guardei o brilho que refletiu dos meus olhos,
os carinhos que imaginei lhe oferecer,
apaguei o sorriso da minha boca,
abafei o fogo da paixão que queimava,
tomei milhares de comprimidos para dor,
nada guardei de ti, de mim, guardei teu amor.

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