Sei...
Ainda escorre em minha boca o
fel do seu sorriso seco e sem graça,
que por muito tempo guardei soterrado
nos porões dos meus sentimentos.
Ainda tateio no interior de meu corpo,
procurando seu corpo gelado e oculto
dos meus olhos azuis, feito contas de
um conto sem brilho e sem estrelas.
Ainda vejo o piscar de uma luz, apagada
pelo tempo, negando a mim mesmo, o
clarão de um lampejo distante e em mero
acaso me desnudo desse imenso lugar.
Fala, destila este veneno insano e sana
do seu âmago a amargura de uma dor
sucumbida, pelo tempo, pela dor e pelo
desprezo de seu próprio amor, sem amor.
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