sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

SILENTE

Qual andorinha no ar
assim sou eu por te ver
um sono de bem despertar
mil fogueiras de sóis a arder.

E no mais silente de teu ser
sou eu quem me reconheço
nesse teu bom viver
que de mim não esqueço.

Assim a ave pela manhã
abundante de passados
fica-me uma estrela por irmã
a contar-me coisas de fados.

E o sol raia reluzente
mostrando-me o que é teu
uma pequena semente
que é tudo o que é meu.

Reclama o mar a tua presença
reclama o ar a tua esperança
não há aqui qualquer desavença
quando é tua a imensa herança.

E eu observo os teus olhos de mel
no mais fundo de nossos seres
e tu és uma folha colorida de papel
apenas e só por me veres.

E o teu rosto de bem-querer
traz a fina brisa de tua alma
que eu sou aquele que te vai ver
quando ascendo à minha calma.

Sou uma corda lançada
até onde tu és horizonte
no teu cabelo ela é enfeitada
no cimo do pequeno monte.

Como anjo desces até mim
procuras-me com extremo afã
e o que eu sei sei-o bem de ti
e nasce o dia e um novo amanhã.

Homem e mulher não olvidam
seu ser enorme e extremoso
amigos e amigas de si convidam
para ver este amor grandioso.

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