Visto-me de sombras.
Faço-me refém de mim
Aceito o convite do silêncio
Sigo em passos lentos
para não incomodar a vida.
Assusto-me com os sentimentos
Não entendo a euforia das fantasias,
nem a hipocrisia da poesia.
Espanto-me com a palidez da tristeza.
Ruborizo-me com os escândalos da alegria
Despeço-me dos sonhos
Olho de soslaio a ilusão.
Pelas ruas da solidão,
encontro a saudade embriagada.
Já não vejo nada.
Olhos cegos de esperança
Choro diante do funeral do amor.
Com as mãos da dor,
rezo um terço de lágrimas.
Prendo os pensamentos nos conveses
do tempo.
Tempo que ficou em mim sem nunca
ter sido e nem amanhecido.
Fecho a cortina do dia.
Adormeço no colo da noite,
sem vontade de acordar.
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