Eu sou o outono,
Pareço-me estático,
Sem brilho e sem cores,
Mas, como as outras,
Sou, também, estação.
Não sou o inverno,
Mas tenho manhãs de frio;
Não sou o verão,
Mas tenho tardes de calor;
Não sou a primavera,
Mas tenho as minhas flores.
Pelo meu silêncio,
Sou o momento da reflexão,
Estão comigo a sombra dos amores.
Eu sou saudade, sou contradição,
Sou a estação sem cores,
Sou o limbo da ilusão.
Vivo a expectativa
Da transformação,
Não sou indiferente
Às mudanças do tempo,
Pareço-me silenciosa
Como a incerteza,
Mas sou realidade,
Esperança e ação,
Sou a consciência
Do limite da beleza.
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