Tenho medo do escuro, perigo inesperado.
Olhos sedentos a me espreitar, sem dó, que
num tilintar devora sua presa, sem pressa,
num ritual de calma e sabedoria, vagarosamente.
Tenho medo do escuro, becos entrelaçados.
Onde caminho sem chegar a lugar nenhum,
num desespero sem fim e finalmente me desespero.
Tenho medo do escuro, quando mãos me agarram,
sem saber de onde saíram, nem de onde vieram e
me abraçam loucamente, num aperto sem fim.
Tenho medo do escuro, quando me calo e olho
por cima dos ombros e não veja nada, só o vazio
do meu caminho deixado para trás.
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