Caminho pelas ruas tortas,
Onde não se vê o fim,
Não sei aonde vou chegar...
Sigo, mesmo assim desorientado...
Nesse caminhar, vejo roseiras tristes, sem rosa
E jardins sem jardineiros...
Meninos com os olhos remelados,
Descalços, com “bicho-de-pé”,
Todos o tratam por “Zé”,
E os lixos são por eles, aproveitados...
Meninos de barriga cheia
Passam sentados no banco detrás
Dos carrões importados
Com dinheiros “desviados”...
E continuo pelas ruas tortas dos contrastes,
Outros meninos jogam “bola-de-meia”...
Penso...
Meu Deus! A coisa tá feia.
Comento com um transeunte,
Ouço: - Ora! Deixa, sempre foi assim!
De lado, um homem sentado no meio fio,
Olhos vermelhos, embriagado...
Logo adiante uma batida de carros,
No outro quarteirão da rua torta,
Um grito: Pega o ladrão!
Um político assustado, fecha a porta...
Quando já perdia a paciência,
Despertei tonto, desorientado,
Meu sonho mostrou-me a realidade
De um mundo desnivelado...
É o mundo da incoerência,
Do mal!
Aí, entendi o porquê da rua torta,
Ela representa vida.
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