domingo, 27 de janeiro de 2008

Almas Gêmeas

Alma minha......

Há milênios te perdi

Desde então, fui tangida pelo vento

Rondei campos e desertos

Pelo mundo inteiro vaguei

Rompi os véus da lógica e a barreira do tempo

Visitei a inocência dos anjos

A sabedoria dos deuses, a pureza do cristalino

Passei pelo arco-íris, indaguei ao pigmento das cores

Caminhei por todos os matizes e não te encontrei

No canto das aves te mandei recado

Perscrutei todas as paragens

Nas asas firmes das águias viajei

Caí como neblina nos penhascos

Deslizei por entre os montes

Lavei todos os caminhos que percorri

Tanto, tanto indaguei que nessa busca quase te perdi.

Mas ao me encontrar com a solidão

Parei assustada e acordei, todavia ainda sem ti.

Mas, um belo dia, conheci uma pessoa

Não, não foi uma saudação comum aos que se encontram na rua

Daquela impecável presença

Uma candura antiga me acercava

E uma sensação de paz, há muito tempo experimentada

De onde nos conhecemos, me perguntava?

De qual século, ou de qual plano?

E de súbito descobri

Hum, és tu, a minha outra metade

De mim se expandiu um grande grito

Um grito de dimensão nunca dantes pressentida

Esse meu bramido surdo transfixou o céu azul

De nuvens brancas e opacas

Em busca do eco que um dia nos reservou espaço

E que, se por acaso, pairou por séculos sem fim

Por certo, fixou-se em minh’alma

Atravessou universos sem fronteira

E por eles tomou várias formas

Para nos surpreender, por fim, assim, frente a frente

Na terra ligados apenas por invisíveis laços

Como água do mesmo rio, por obstáculos separada

Ou como rios paralelos, fazendo curso lado a lado

Porém significativamente separados.

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