Eu vi escorrer da tua boca no riso o medo
como a fugir de um fantasma atormentado
Na estática visão paralisando o riso ledo
de uma imagem descolorada do passado
E vi nos olhos o teu medo como um apelo
da fome muda de um sonho amordaçado
Encobre o luto com tuas vestes num capelo
disfarçando em tua boca o riso amedrontado
Eu vi teu hoje expugnado por um fantasma
concebido na boca aflita do riso ensandecido
Perseguido é o teu presente da mente pasma
revirada no passado de um retorno adormecido
É o legado, triste passado com a tua sina
de lembranças em um tempo não esquecido
Permanecendo o medo que na boca desatina
traz o ontem nas mãos de um riso endurecido
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