sexta-feira, 20 de abril de 2007

VIDA ITINERANTE

Por muitas e muitas vezes,
Flutua-se assim no espaço...
O corpo inda respira,
Mas o espírito fica de lado,
Dando abraço...
Quando esse tempo é prolongado,
Alguns poucos dias, talvez meses,
Os parentes têm em mira
Prender-nos à Terra com laço...
Ligam em nós muitos fios
De aparelhos que apitam, qual mios
De animal tão estressado,
Que dorme o sono dos justos
E sonha com a liberdade...
Se na Terra são altos os custos
De no bem praticar e viver,
Do outro lado do muro,
Não custa nada pro ser...
Tudo lá é muito puro...
Basta amar e bem querer...
E vive-se na felicidade...
Em tal estado flutuante,
Dele se estar consciente
É fator bem importante...
O principal é a mente
Bem conduzir, da vida, o fio...
Saber que ela é tão fluente
Como a corrente do rio,
Que desemboca no mar...
E a vida é sopro, é ar...
Que voa a semear
A esperança no Universo...
Quando se pensa que vai,
Ela logo está de volta...
Das amarras todas se solta
E chega a sorrir, sem mais ai,
É presente qual haicai,
É poesia sem verso!...

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