sábado, 31 de março de 2007

Soltando as Amarras

Façamos de conta que o hoje
Fique apenas eternizado
No fundo de nossos olhos
Que vê a tudo extasiado.
Soltarei primeiro os cabelos
Que há tempos prendo com laço.
Tirarei os meus sapatos
Que é bem melhor ficar descalço.
Vou esquecer que fui gente,
Pois, de hoje em diante,
Do meu passado
Eu me desfaço.
Não querendo, mas fazendo,
Despeço-me dessa baderna.
Vou mesmo é levantar asas,
E bater em retirada.
Há quem goste e por aqui fica.
Mas eu já ando tão cansada.
Quem sabe num dia desses
Amanheço acorrentada.
Vai saber? Vai saber...
Eu é que não pago esta conta
De incompetentes estou farta!
Quero os meus e eu, contentes

Da rotina me cansei.
Tantos danos me causei.
Vou me embora, sem destino
Não fico mais aqui não.
Tanto falam, tanto cobram.
Mas na hora de fazer... Cadê?
Eu quero é soltar as amarras!
E Você?

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