sábado, 31 de março de 2007

Meu desamparo

Esta sombra, que negra, tinge os meus olhos
Escurece tudo ao derredor, em tintas de noite
Pesa sobre minha face já em peia, no açoite
Chispa inclemente, qual o mar em abrolhos

O negro que me atormenta impiedoso, cruel
Clama por piedade ao clarão da cheia lua
Eu me vejo em desamparo, encolhida e nua
No rasgar de minhas vestes, atiradas ao léu

Encolho célere o corpo suado e desprotegido
Inda sabendo que o entorno é de total vazio
Tento lutar, em concha, por meus laços e brio
atingidos pela negritude do meu ser exaurido

Noite me desampara, me aflige a tira escura
Nega-me a lua, luz que, esplendorosa, cheia,
Guarda em círculos concêntricos, qual u´a teia,
Resguardando para si os brilhos, em usura ...

E permaneço na negritude...

Sem comentários: