sábado, 31 de março de 2007

A procura

À noite me tomou o sol
depois a manhã me levou a lua,
o dia acendeu a luz na saudade,
a tarde tombou em sombras
e tudo escureceu ao redor do corpo.


Voltei a sonhar na madrugada,
bem antes de dormir,
insone faço meus desejos,
pinto as ruas que ando,
conto do amor que quero.


Na terceira noite não sonhei,
dormi até o amanhecer do sol,
as flores abriram antes,
o mar revolto parou
e não disse nada, apenas olhei.


Estava escrito na carta: -Até um dia.
Deixei colado no espelho da parede,
o sentimento era frágil e se quebrou,
voltei a minha lua, depois esperei o sol
e roubei da noite sua sombra fria.


Prometeram não falar da minha volta,
fecharam as vozes dentro das gargantas,
só os sinos tocaram no alto da torre,
avisaram-me que não sou deste mundo.
Ainda me procuro e não me encontro.

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