segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

NOITE DA SAUDADE

A Noite vem poisando devagarSobre a Terra, que inunda de amargura...E nem sequer a bênção do luarA quis tornar divinamente pura...


Ninguém vem atrás dela a acompanharA sua dor que é cheia de tortura...E eu oiço a Noite imensa soluçar!E eu oiço soluçar a Noite escura!

Por que és assim tão escura, assim tão triste?!É que, talvez, ó Noite, em ti existeUma Saudade igual à que eu contenho!

Saudade que eu sei donde me vem...Talvez de ti, ó Noite!... Ou de ninguém!...Que eu nunca sei quem sou, nem o que tenho!!
Florbela Espanca

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