domingo, 18 de fevereiro de 2007

ANGÚSTIA

Que afogue o meu peito,
que faça dele o leito
por onde minhas lágrimas
desesperadas vão descansar.

Que me derrube em qualquer lugar,
que me escravize sem vacilar,
que me derrote por eu estar
com essa dor que não quer acabar.

Que me faça tremer,
que meu coração não suporte mais bater,
que eu me torne a escrava
de tudo isso que é nada.

Que ninguém posso ver
o que se passa dentro de mim
enquanto a angústia me faz assim
pequena e oprimida,
desestabilizada e sofrida.

Que algum poeta consiga retratar
essa dor imensa que não quer recuar,
que me acordou pela manhã
sem, sequer, me perguntar
se eu estava preparada para enfrentar
o que não tenho como solucionar.

Angústia, palavra mais amarga
que quer dizer tudo
e nunca diz nada,
que machuca muito
e pelos outros não é valorizada.

Só eu sei o quanto ela está me estraçalhando
e o tanto que ela vem me maltratando.

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