As crianças
carregadas de destino
batráquios prisioneiros do pó e da vidraça
alastram no papel o som e a cor dos seus débeis sorrisos.
Arde-lhes jána faceo circunflexo acento do desgosto –
a reprimida força da malícia atenta.
Miram-nos frias do fundo da película –
crescem-lhes dentes de apetite oculto
mandibulam ameaças de domínio destroem
uma a uma as flores da idade
e cobrem-se escarninhas de pêlos urticantes.
Exibem unhas curvasa fiadas para a disputa e denunciam intenções de assalto
na lisa mansidão com que protegem a morosa espera.
As crianças tiranizam o espaço que atingiram.
Possessas
dilaceram crianças de outras raças –assumem, rancorosas, o desdém na face e inquirem inocentes se as pessoas têm nome.
Ruy Duarte de Carvalho
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