domingo, 11 de fevereiro de 2007

Encontrei...



As crianças

carregadas de destino

batráquios prisioneiros do pó e da vidraça

alastram no papel o som e a cor dos seus débeis sorrisos.

Arde-lhes jána faceo circunflexo acento do desgosto –

a reprimida força da malícia atenta.

Miram-nos frias do fundo da película –

crescem-lhes dentes de apetite oculto

mandibulam ameaças de domínio destroem

uma a uma as flores da idade

e cobrem-se escarninhas de pêlos urticantes.

Exibem unhas curvasa fiadas para a disputa e denunciam intenções de assalto

na lisa mansidão com que protegem a morosa espera.

As crianças tiranizam o espaço que atingiram.

Possessas

dilaceram crianças de outras raças –assumem, rancorosas, o desdém na face e inquirem inocentes se as pessoas têm nome.


Ruy Duarte de Carvalho

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