segunda-feira, 10 de maio de 2010

PELA TARDE

Acendo mais um cigarro
espreito a janela e o rio
lá mais em baixo o sol doira
e luz nas águas tranquilas.

O céu está limpo e de um
azul a toda a prova
esmiuçadas nuvens desenham
figuras no ar rarefeito.

As pessoas vêm do trabalho
as crianças da escola
e tudo é vida
neste pedaço de Terra.

Está quente nesta tarde
de primavera
e as andorinhas fazem
jogos de bem voar.

Passam carros e pessoas
e andam todos com um
sorriso largo no rosto
brindando a estação das flores.

Abelhas colhem o futuro
mel de flor em flor
chamando com as asas
as suas companheiras.

Um louva a deus reza
impavidamente e
solenemente camuflado
pelo jardim.

Apago o cigarro com força
hoje poeta é a minha janela
e eu vou buscar ao além
o além de tudo.

Fumo sai pelas chaminés
no labor das fábricas
a tudo isto presta atenção
meu olhar sonhador.

Volto para dentro
cheio de calor
e dou vivas à vida
lá fora a ser vivida.

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