sexta-feira, 7 de maio de 2010

O silêncio do vazio

Qual seria agora a temperatura do seu corpo?

Vem em um caminhar lento e provocante, apressando a vida, seu tesão está exposto nos olhos negros, nos cabelos esvoaçantes desafiando a gravidade.

Seu vestido colorido balança ritmado com suas ancas, os braços vem e vão como se fossem parte do vento que ainda está indeciso, como eu, talvez tenha esperado demais ou feito versos demais.



Era injustiça saber que aquela mulher ia e vinha sozinha no silêncio, arrastando seu corpo louco por uma paixão que a tombaria em uma cama quente de amor.

Seu sorriso é contagiante como o sol, convidativo como lua cheia numa noite de verão.

A demora do meu passo é que talvez a irrite, tenho que ir mais rápido com minhas intenções, para alguns, más, para nós, boas e deliciosas, ela ainda não sabe, mas tenho planos maliciosos para noites que atravessam dias e madrugadas, até o café da manhã, da tarde e de tantas outras horas.

Quero a vertigem de me apaixonar na primeira hora do dia, acordar com o riso estampado no teto do céu, não como agora, quase nada acontece nos dias que caminho louco a procura de não sei o quê?



E lá vem ela no silêncio do vazio espalhando tesão a cada passo, como se fosse reunião de desejos movido pelo seu corpo que mais parece uma maquina soltando faíscas de fogo, mostrado um conhecido, desconhecido jeito de fazer amor.

A exuberância de suas formas, o frescor e a alegria são naturais, mas não pode esperar e nem aceita limites, precisa de quantidades e não noites escassas de paixão, o desejo de prazer está estampado na frente dos olhos que convidam, é um quase implorar: -Vem e faz amor comigo.



Arrasto meu corpo pelo dia quente, ou está frio? Perdi a noção do tempo, da temperatura do dia, do corpo, dos membros, inferiores ou não, ela sempre me faz assim. Não tenho muito que dizer, carrego minha alma e ofereço junto algum dos meus fantasmas, todos aqueles loucos de tesão e de amor para se espalhar em seu corpo quente e desvestido de suas roupas coloridas.

Seu rosto fica de frente ao meu, meus sem limites afloram a mente, perco o juízo, sem mais nem menos minha língua está dando voltas na sua boca, roubando seu gosto de hortelã, uma mistura de céu e inferno com sabor de inocência e pecado, todo ele colorido de sol e lua, dia e noite...



Nos damos as mãos, os corpos, às sombras, os becos, as camas, o sono e junto os depois dos depois. E os fantasmas não mais param em casa, o diabo os carregaram todos, é hora de fazer amor, só então se cumpriu o dito, amar e depois curtir o silêncio do vazio.

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