quarta-feira, 12 de maio de 2010

Maternidade

Pela glória de no amor ser consumida,
E de em mim se ter gerado tua vida,
Eu te bendigo, meu filho!

Pelo alimento que sugaste com o anseio,
das tumescências pejadas dos meus seios,
Eu te bendigo, meu filho!

Pelos momentos de angústia mal dormidos,
Que arrancaste dos meus olhos doloridos,
Eu te bendigo, meu filho!

Por do teu corpo ter sentido seu calor,
Sobre o meu seio transbordante de amor,
Eu te bendigo, meu filho!

Pelo orgulho de te ver homem já feito,
Labutando por tudo que é direito,
Eu te bendigo, meu filho!

Por fugires dos meus braços incançados,
E acolheres em outros braços abrasados,
Eu te bendigo, meu filho!

Por, neste abraço, encontrares condição
De prolongares meu sangue e coração,
Eu te bendigo, meu filho!

Pelo modo de me cuidares na velhice,
Como se fosse minha a tua meninice,
Eu te bendigo, meu filho!

Por tudo que ao ouvido te contei,
E que será a herança que te dei,
Eu te bendigo, meu filho!

E pela rosa que, num dia de saudade,
Tu deitarás sobre a minha eternidade,
Eu te bendigo, meu filho!

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