quarta-feira, 12 de maio de 2010

Limpo

Todos os dias desci aos porões,
recolhi meus escombros,
venci cada degrau até o topo,
mudei a casa, mudei meu viver.


Arrebentei portas e janelas,
virei todas as paredes pro sol,
parei de procurar a felicidade
e minha alma acalmou.


Deixei marcas nas pessoas,
mas só nas que amei,
falei baixo todas as orações,
estive ali, bem perto do céu.


E voltei novo homem,
passo a passo escrevo a vida,
sem nada pedir,
se nada encontrar, ainda me amo...


A casa é meu corpo, minha alma,
palco iluminado de prazer,
a espera, a vista como vitrine,
limpo de alma e desejo.

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