Não quero mais o passado,
bom ou ruim, não importa,
as recordações, esqueci,
hoje sou somente o meu hoje.
A minha vida estava ali,
intensamente morna, pouca, ferida,
não joguei com meus iguais,
abracei o outro que me traiu.
Aqui no meu hoje não aceito presentes,
os distantes que não venham, por ora,
quero hálito de hortelã, beijo na boca
e o corpo dela banhado em alfazemas.
Sim, houve festas no passado,
dias sem graça, sem encantamento,
o que foi suave não se eternizou,
no momento só quero meu tempo!
Tenho alguns sonhos antigos,
mas resolvi repaginá-los,
não é assim que se diz hoje?
A alma? A mesma, eu e o amor.
Os ventos passam, as janelas se fecham,
os sonhos sopram às vezes a favor,
as portas muitas vezes são trancadas,
e assim continuo aqui com meu hoje.
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