quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Não sei voar!

A vida é densa como pequena nevoa,
às vezes dispersa com o vento,
outras, ficam eternas, como o dia que para
e o sonho some, as palavras faltam.


Posso perder, mas não confio no meu destino,
então levanto voo a cada dia que nasce,
meus braços são prolongamentos da mente,
as mãos batem forte o espaço e me transporto.


Nunca fui indiferente ao amor,
ainda que distante, ainda que solitário,
avanço noite adentro e o procuro,
quando preciso de um quase nada de paixão.


Se um dia parar de sonhar, recomeço,
escrevo gritos no meu silêncio,
atraso as horas para perto do alto,
até um precipício, um altar, uma loucura.


Porque calar se sei voar,
passo o tempo e vou para meu amanhã,
abro o sol antes da aurora,
fecho a madrugada e alço meus sonhos.


Dizem-me: não sabes voar, pare,
não tens corpo alado,
caminha como tantos outros,
pare ou cairá das tuas nuvens soltas.


Não sabe voar, (repetem), sei ir onde tem amor,
tão auto-suficiente que sinto o beijo,
jamais acordarei no meio do sono,
saber voar, é só para quem sabe amar.

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