terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Morto como ninguém

Hoje não sou palavra, nem luz, nem escuridão,

o tempo foi dos meus dias, das horas, da vida,

caminho lento ao destino incerto e desconhecido,

dobro cada mês, cada ano e continuo sozinho.





Destes meus olhos não tem mais água e sal,

os dias passam sem que enxergue as horas,

as flores germinam e permanecem ocultas na terra,

minhas alegrias estão ocupadas com outras vidas.





Não quero fetiches, fantasias, desejos incertos,

provável que amanhã morra antes do café,

embrulhado em um manto sujo de prazeres antigos,

que jamais voltarão, que nunca mais acontecerá.





Fui o querer dos amores que sonhei pra mim,

um sonho incomum chamado de espera me matou,

lentamente, sem brilho, sem um enterro decente,

e vivo, estou morto, como alguém, como ninguém

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