Da doce vida
que tanto reclamo
e amo,
em algum momento
some-se a alegria
e o encanto
e daí o pranto
e nos desníveis do caminho
trepeço e caio
clamo, no meu s.o.s.,
(a gente não sabe se merece),
Ele pega na minha mão
e me levanta,
sigo em frente
a receber a aura
da natureza,
vejo a beleza
das flores,
vejo as suas cores
confundo-as com as borboletas,
olho para céu,
uma nuvem para me dar adeus,
o silêncio das formigas
me encantam
fico a pensar,
nos lixões
no catador-de-lixo
e na ave de rapina
em convivência
com a menina
descalça,
pés sujos
a alimentar micróbio
para que a macrobiótica?
Talvez, para os do avião
que passa,
lá todos se igualam
a do micróbio e a do do avião
que, com o "coração na mão,"
como medo de ir ao chão,
debulham o terço
em oração,
são tantas ave-marias
eu as diria benditas
mas não sinceras,
por nascerem do medo
que, por pejo,
só fazem em risco.
O piloto avisa!
Estamos em perigo!
retornar não pode,
vamo insistir
para nos salvar,
os olhares espicham
vem o momento de ser bonzinho
e de perdoar
aumentam as orações,
lembram-se
de todos os santos...
Assim é a vida
como um avião e seus riscos
e, também, a sua velocidade
chega logo a idade,
sente-se necessidade,
de apertar o cinto,
essa é realidade,
eu também pressinto,
criei minhas devoções
tenho minhas orações,
"per omnia saecula
seculorum,
amen".
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