Nossas almas passearam tantos
mundos. Tantas vidas viveram.
Tantos outros amamos, mas
o vazio nunca preenchemos.
Cumprimos nossos destinos.
Pagamos nossos débitos e agora
no apagar das luzes, eis que surges
e brilhas qual sol, solitário, ao longe.
Mesmo que não confessemos
pesa em ti e em mim - o reencontro.
Mesmo porque antes da percepção,
a afinidade de outros momentos
- vividos ou não -, nos reuniu.
Tu aí. Eu aqui. Ambos rodeados
e na solidão. Ela também passará
- como tudo no céu e na terra -.
Chegaria o momento, sempre soubemos,
que o véu do esquecimento se levantaria.
Lembrarás então que o nosso sonho
impossível continuou por anos,
que segui te amando,
sentindo tua falta.
Eu não poderia esconder o amor
que sempre soubestes.
Falamos disto em outras eras
quando fostes seguir outros
mares no éter.
Te procurei em cada oração.
Não saberás nunca a saudade
infinita que abriguei comigo anos e anos.
E todos os dias repito teu nome
- que está gravado em mim -
num simples grito: AMOR!
Talvez tenha chegado a hora de reencontrar
o vento da noite que sopra frio e forte,
dissipando nuvens, enxugando lágrimas,
clareando estradas, prenunciando calma
após vidas de tempestades.
E já sonho te namorar sob a
luz prata do luar,
andar contigo pelos parques,
iluminados pela nossa lua amante.
E na penumbra - eu e tu,
ainda amarrados, sem liberdade roubando
horas que sempre foram nossas....
Haverá opção?!
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