sábado, 29 de março de 2008

MÃOS DE DEUS

Era assim um vasilhame em desuso,

na composição da mesa semi nua,

vestida miserada de uma toalha esfarrapada,

maltratada pelo uso.



Uma flor nativa,

coroava-se rainha absoluta e

mesmo ferida trazia vida

banhando-se no lume das frestas de

tábuas ralas da parede da sala.



Um perfume tragado pela brisa,

exalando outra liberdade,

morosidade do dia apresentava a

jovialidade da primavera.



As horas se embalam sonolentas,

tarde lenta na hipnose de um prazer vital.

No tímido cantar de um pássaro

saudando-me,

saltitando em fina ramagem de arbusto.

Desperto e busco, movimento limitado

para desmontar a triste face,

no enlace do silêncio.



Em sonho alado ,

projeto-me rumo aos campos,

encantos em éden da paz que me ativa,

Espere por mim...

Inquieto quero fugir!



Confessou-me certa vez um coração ,

que se faz infinita beleza

quando os lábios carregam um sorriso.

E anjos existem,pode me afirmar!

Colorem flores,

cantam canções de ninar

para aliviar a dor.



Vou buscar sensibilidade ,

comungar bons ideais.

Alma florida na eternidade da imaginação.

O enxugar do pranto no afago das

mãos de Deus!

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